terça-feira, maio 28, 2019

Ambusti: poemas de uma alma em combustão


A estreia de Clara Nova traz a promessa de uma nova voz da literatura portuguesa. Um retrato singelo de uma alma sensível e a crueza de um autor livre do vicio da actualidade. Os poemas de Clara Nova serão uma companhia para mim nas tardes deste verão.Disponível em Kindle Store.


terça-feira, dezembro 12, 2006

Dancem, Macacos, Dancem

Como disse o Ernest Cline: Dancem, Macacos, Dancem

"Orbiting the sun at about 98 million miles
is a little blue planet
and this planet is run
by a bunch of monkeys.

Now, the monkeys don't think of
themselves as monkeys.
They don't even think of themselves as animals
And they love to list all the things
that they think
separate them from the animals:
Opposable thumbs, self awareness . . .
They'll use words like
Homo Erectus and Australopithecus.

You say Toe-mate-o,
I say Toe-motto.
They're animals all right.
They're monkeys.
Monkeys with high-speed digital fiber optic technology,
but monkeys nevertheless.

I mean, they're clever.
You've got to give them that.
The Pyramids, skyscrapers, phantom jets,
the Great Wall of China.
That's some pretty impressive shit . . .
for a bunch of monkeys.

Monkeys whose brains have evolved
to such an unmanageable size
that it's now pretty much impossible
for them stay happy for any length of time

In fact, they're the only animals
that think they're supposed to be happy.
All of the other animals can just be.

But it's not that simple for the monkeys.

You see, the monkeys are cursed with consciousness
and so the monkeys are afraid.
So the monkeys worry.
The monkeys worry about everything,
but mostly about what all the other monkeys think.
Because the monkeys desperately want to fit in
with the other monkeys.

Which is hard to do,
because a lot of the monkeys seem to hate each other.
This is what really separates them from the other animals.
These monkeys hate.
They hate monkeys that are different.
Monkeys from different places,
monkeys who are a different color-

You see, the monkeys feel alone.
All six billion of them.

Some of the monkeys pay another monkey
to listen to their problems.

Because the monkeys want answers
and the monkeys don't want to die.
So the monkeys make up gods
and then they worship them.
Then the monkeys argue
over whose made-up god is better.
Then the monkeys get really pissed off
and this is usually when the monkeys decide
that it's a good time to start killing each other.

So the monkeys wage war.
The monkeys make hydrogen bombs.
The monkeys have got their whole fucking planet
wired up to explode.
The monkeys just can't help it.

Some of the monkeys play to a sold out crowd . . .
of other monkeys.

The monkeys make trophies
and then they give them to each other.
Like it means something.

Some of the monkeys think
that they have it all worked out.
Some of the monkeys read Nietzsche
The monkeys argue about Nietzsche
without giving any consideration to the fact
that Nietzsche
was just another fucking monkey.

The monkeys make plans.
The monkeys fall in love.
The monkeys fuck
and then they make more monkeys.

The monkeys make music
and then the monkeys DANCE
Dance, monkeys, dance.

The monkeys make a hell of a lot of noise.
Exhibit A
Monkey making noise.
And when he's done,
five other randomly selected monkeys
will rate this monkey's noises
on a scale from one to ten.
And at the end of the night,
they add all the numbers up
to see which monkey made the best noises.

As you can see . . .
these are some fucked up monkeys.

These monkeys are at once the ugliest
and most beautiful creatures on the planet.

And the monkeys don't want to be monkeys.

They want to be something else.
But they're not."

in "Dance, Monkeys, Dance"

quinta-feira, novembro 02, 2006

Liberdade!

O jugo de Krava acabou. O eremita morreu à alguns dias na sua gruta, povo rejubilou com a noticia. Os outros membros da equipa podem finalmente pôr as mãos no leme d'A Conjuntura. O autor por detrás de Krava manifestou alivio por finalmente poder parar de apoiar ideias que não são as suas, livre do peso de uma personagem conceptual.

quinta-feira, outubro 19, 2006

We (will) have death star!

Enquanto toda a gente está preocupada com o Irão e Coreia do Norte poderem adquirir tecnologia militar dos anos 40 os estados unidos mudam a sua política espacial.

Da leitura do texto tornado público só posso dizer que não foi escrito com o uso de eufemismos em mente. Certos excertos podem, tirados de contexto ou não, levar a interpretações alarmantes.


Nem è preciso ler muito para chegar a:
”The United States is committed to the exploration and use of outer space by all nations for peaceful purposes, and for the benefit of all humanity. Consistent with this principle, “peaceful purposes” allow U.S. defence and intelligence-related activities in pursuit of national interests;”
Quase que podemos adivinhar que “bombardeamento orbital de bases da al-Qaeda” se insere em “ fins pacíficos”. Tal como há um par de anos se soube que as escutas a interesses económicos europeus era um “fim pacífico”.

Mais à frente vem:
“Where space nuclear power systems safely enable or significantly enhance space exploration or operational capabilities, the United States shall develop and use these systems. The use of space nuclear power systems shall be consistent with U.S. national and homeland security, and foreign policy interests, and take into account the potential risks.“
De repente podemos ficar com reactores nucleares a pairar sobre as nossas cabeças… e quem diz reactores… Imagino dentro de alguns anos quando o Irão oficializar os dois mísseis nucleares apontados a interesses americanos no Médio Oriente os Estados Unidos a oficializarem as duas bombas de hidrogénio colocadas em orbita geostacionária sobre Teerão… e Paris… e Berlim… e Pequim… Mas eu tenho uma imaginação muito fértil.

Ou talvez não tenha, porque depois de se ler:
"The United States considers space systems to have the rights of passage through and operations in space without interference. Consistent with this principle, the United States will view purposeful interference with its space systems as an infringement on its rights;"
pode-se ler:
"(...)dissuade or deter others from either impeding those rights or developing capabilities intended to do so; take those actions necessary to protect its space capabilities; respond to interference; and deny, if necessary, adversaries the use of space capabilities hostile to U.S. national interests;"
E quem è capaz de tamanha dualidade de princípios è capaz de qualquer coisa.

Se o excerto acerca do nuclear no espaço não matou o coração a todos os ambientalistas que pudessem estar a ler este texto então o próximo de certeza que mata:
“Departments and agencies shall continue to follow the United States Government Orbital Debris Mitigation Standard Practices, consistent with mission requirements and cost effectiveness, in the procurement and operation of spacecraft, launch services, and the operation of tests and experiments in space;”
Que è como quem diz “Se não ficar muito caro e não precisar de muita inteligência para executar, vamos tentar não fazer lixo no espaço” E isto vindo de uma sociedade para quem o descartável è em direito inalienável do ser humano, ao contrário da protecção contra a tortura.

E depois como è que pode ser possivel não fazer textos antiamericanos?

Vamos lá tentar de novo, camarada.

Estima-se que a Coreia do norte tenha combustivel para fazer menos de meia-duzia de bombas, cá por mim se os deixarem continuar com os testes a situação fica resolvida.

terça-feira, outubro 10, 2006

Paciência chinesa.

Qual peça de mahjong infernal, a Coreia do Norte decidiu complicar o jogo a toda a gente. Agora cabe aos chineses lidar com a situação.

A china è o terceiro dador mundial de comida devido às 570.000 toneladas enviadas para a Coreia do Norte por ano, a Coreia do Sul envia mais outras 400.000 toneladas de ajuda alimentar apesar de tecnicamente ainda estar em guerra com a Coreia do Norte.
Aqui temos um país com vinte milhões de habitantes, que recebe um milhão de toneladas de comida de ajuda externa, cinquenta quilos de comida por habitante por ano, que mantém um exército de um milhão de pessoas com um orçamento de cinco mil milhões de dolares, 29% do produto interno bruto. Comparativamente Portugal tem um exército de cinquenta mil pessoas, que custa dois mil e quinhentos milhões de dólares, 2,6% do PIB e não recebe comida grátis de lado nenhum.

Comparativamente também: Existiam até agora sete ou oito paises com capacidades nucleares. Estados unidos e Rússia dois bons amigos que gastam respectivamente em "defesa" 518 mil milhões (!!)e 200 mil milhões de dólares, França e Reino Unido que apesar de serem aliados todo o século passado não podem deixar que o vizinho tenha armas nucleares sem que eles tenham também (45 e 42 mil milhões), Índia e Paquistão que fraternalmente gastam 19*10^9 $ e 4*10^9 $. Sobra a china que não tem par, apesar de fazer fronteira com 3 outras potências nucleares, mas gasta 81 milhares de milhões de dólares por ano. Israel não sabe porque è que está nesta lista, visto que nega possuir armas nucleares.

Ok, o que impede a comunidade internacional de acabar com as pretensões nucleares da Coreia do Norte?
Bastava à china e Coreia do sul acabar coma ajuda alimentar e económica para efectivamente arrasar a Coreia do Norte. O problema è "O que fazer depois?" nem a liderança da China nem do Japão nem a da Coreia do sul sofrem do deficit de inteligência da administração Bush. Sabem que apesar de ser fácil destruir o regime Norte-Coreano quer militarmente quer através de simples boicotes às ajudas, vinte milhões de pessoas famintas, das quais um milhão são militares, podem causar muitos problemas. Qualquer instabilidade na península coreana traria mais prejuízo que aquilo que aquelas três potências económicas estão preparadas para pagar. E certamente muitissimo mais do que o custo de um reles milhão de toneladas de arroz. Enquanto a equação se mantiver assim o regime de Piongyang pode continuar à vontade.

Qual è a graça de ser um ditador oriental se não se pode andar na corda bamba?

quinta-feira, setembro 28, 2006

Os missionários.


Tenho ouvido alguns amigos comentarem que o Iraque se tornou no novo Vietname. Compreendo a razão porque se pode dizer isso, mas surgem-me sempre uma mão cheia de diferenças que vale a pena lembrar.

Acima de tudo, no Vietname os americanos estavam a ganhar a guerra, a ofensiva de Tet foi um fracasso militar, apenas a genial gestão de propaganda pelos vietcong conseguiu que a opinião publica forçasse o governo federal a assinar a paz antes que as tropas americanas os aniquilassem por completo no terreno. No Iraque è exactamente o contrário. Os EUA estão a ganhar a guerra nos media apesar de a cada momento que passa o balanço de forças no terreno estar mais a favor dos grupos de "resistência".

No Vietname a chacina de populações civis era estrategicamente favorável à América. Os americanos dedicaram-se largamente a uma politica de extermínio/deportação de populações como parte de uma estratégia de "terra queimada". (E não estou a tentar fazer um trocadilho com napalm... juro) Não interessava muito se uma população era eliminada pelo vietcong por ser "pelo sul" ou era atacada pelos americanos "por ser pelo norte", Quanto menos aldeões cultivassem os campos mais problemas logísticos o vietcong tinha. No Iraque qualquer matança de inocentes vai contra a agenda americana pois prova a falta de controlo da situação. É uma situação nova para os comandos militares, não poder cometer crimes contra a humanidade.

Mas acima de tudo guerra do Vietname foi uma guerra de ideologias, numa época em que se era ou "azul" ou "vermelho", uns iam matar comunistas os outros iam matar capitalistas, ambos iam tornar o mundo melhor. Para tristeza de muita gente, alguns dos quais ainda escrevem apaixonadamente por esse mundo fora, a época do azul e vermelho acabou. Misturaram-se as cores e agora tudo o que temos è uma grande paleta de castanhos. Ninguém pode seriamente acreditar que a guerra do Iraque se travou para defender o estilo de vida ocidental, ou as ideias de Liberdade e Democracia, nem sequer que se combate lá para acabar com o terrorismo. O Ocidente depois de ganhar a guerra-fria está a lutar, literalmente, para sustentar um modelo energético *insustentável*. Está a combater, em suma, contra si próprio.

È interessante fazer a correlação entre os países com reservas de petróleo acima dos cinquenta milhares de milhões de barris (Venezuela, Rússia, Irão, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e E.A.U), os países com lideres extremamente críticos à política americana (Mahmoud Ahmadinejad e Hugo Chávez Frías) , e aqueles que são governados por governos fantoche. Estranhamente o único que sobra è a Rússia, que curiosamente è também o único da lista com um vasto arsenal nuclear.

I’m lovin’ it!

terça-feira, setembro 19, 2006

Outro insólito.


Párem! Párem tudo! Aconteceu o impensável. Alguém decidiu ignorar todas as leis da física e mass media e decidiu criticar o discurso do papa pelo que ele realmente disse, e não pelo que os ayatolhas perceberam. Eu vivo numa gruta numa ilha deserta e não seria capaz de tal.

Por outro lado, è compreensivel que um helenista ignore o mundo muçulmano, especialmente quando o tema è "Fé, Razão e a Univesidade - Memórias e Reflexões".

domingo, setembro 17, 2006

Insólitos

Manifestantes enforcam imagem de Bin Ladden.

As formas de luta dos movimentos de extema-direita estão a ficar mais e mais refinadas. Tenho que admitir que esta acção teve muita graça. Dava tudo para ver a cara dos frequentadores da mesquita ao olharem pela porta e verem uma turba a apedrejar uma imagem do bin Laden em vez do Bush. Infelizmente eles não perceberam a ironia da situação.

È pena è que enquanto a extrema-direita se renova e evolui os esquerdistas da praça apenas engordam. Antes era ao contrário. Rodam os actores mas a conjuntura mantém-se.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Alérgico à Liberdade? Temos a solução!

Fizeram muito bem em inventar este aviso. Agora já posso identificar facilmente blogs em que não corro nenhum risco de ler algo sensato.